quarta-feira, 25 de maio de 2011

EU QUERO VOLTAR A CONFIAR!


"Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor.” Johann Goethe

Fui criado com princípios morais comuns:
Quando eu era pequeno, mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades dignas de respeito e consideração.
Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afeto.
Inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades…
Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das crianças da nossa rua, do bairro, ou da cidade…
Tínhamos medo apenas do escuro, dos sapos, dos filmes de terror…
Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo que perdemos.
Por tudo o que meus filhos e netos um dia enfrentarão.
Pelo medo no olhar das crianças, dos jovens, dos velhos e dos adultos.
Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos.
Não levar vantagem em tudo significa ser idiota.
Pagar dívidas em dia é ser tonto…
Anistia para corruptos e sonegadores…
O que aconteceu conosco?
Professores maltratados em salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas.
Que valores são esses?
Automóveis que valem mais que abraços,
Filhas querendo uma cirurgia como presente por passar de ano.
Celulares nas mochilas de crianças.
O que vais querer em troca de um abraço?
A diversão vale mais que um diploma.
Uma tela gigante vale mais que uma boa conversa.
Mais vale uma maquiagem que um sorvete em família servido à mesa em frente a uma praça.
Mais vale parecer do que ser…
Quando foi que tudo desapareceu ou se tornou ridículo?
Quero arrancar as grades da minha janela para poder tocar as flores!
Quero me assentar na varanda
Quero dormir com a porta aberta nas noites de verão!
Quero a honestidade como motivo de orgulho.
Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olhar olho-no-olho.
Quero a vergonha na cara e a solidariedade.
Quero a esperança, a alegria, a confiança!
Quero calar a boca de quem diz: “temos que estar ao nível de…”, ao falar de uma pessoa.
Abaixo o  “TER”, viva o “SER”
E viva o retorno da verdadeira vida, simples como a chuva, limpa como o céu de primavera, leve como a brisa da manhã!
E definitivamente bela, como cada amanhecer.
Quero ter de volta o meu mundo simples e comum.
Mundo onde existam amor, solidariedade e fraternidade como bases. 
A indignação diante da falta de ética, de moral, de respeito...
Vamos voltar a ser “gente”
Construir um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas.
Utopia?
   Quem sabe?...
       Precisamos tentar…
Nossos filhos merecem e nossos netos certamente nos agradecerão!
Ainda que isso seja utopia ou sonho na perspectiva dos valores da sociedade moderna, acredito que podemos ser o contraponto de muitas coisas.
Você que me lê e acredita nesse sonho...
Vejo-te como uma das raras exceções e te convido a permanecermos nessa posição, ainda que penoso e quem sabe nos custe criarmos um tão famigerado grupo de “auto ajuda”.
Porém, o Zezinho, o Manuelzinho, a Mariinha, a Rutinha, a Joaninha...
Mas principalmente a Priscilla, o André, a Lara, a Júlia, o Bruno, a Eduarda, a Ketlhelein, o Arthur, a Rafaela, o Daniel, o Felipe, o João Pedro, o Gabriel, o Pedro, o Neto, a Letícia, o Gustavo, o Bernardo, o Pablo, a Thais, o Paulo Henrique, a Ana Laura, o João Paulo e tantos outros anônimos, poderão ser um pouco mais felizes e nos agradecerão.
Um beijo carinhoso...
Samuel Gomes

2 comentários:

  1. Que nosso grupo seja forte e que Deus nos abençoe nesta luta!! bj tio, sábias palavras. Keyla

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  2. Prezado Samuel,

    quero lhe dizer que o maná da semana tem me valido muito. Tem sempre me despertado um sentimento de contradições e críticas.
    Sua preocupação com a forma de relacionamento atual (cibernética) também tem sido uma preocupação minha.
    Como eram bons os encontros, os flertes, as paqueras. Hoje, tudo se resume a bate papo virtual, a recadinhos por e-mail e por ai vai. Cadê o friozinho da barriga? Cadê as lágrimas compartilhadas entre os amigos? Cadê as gargalhadas absurdas de piadas antigas? Cadê? Cadê? Cadê? São tantas as privações que nossos filhos têm sofrido sem ao menos se darem conta! E nós? Quanto tem nos sido privado também? Só o fato de estarmos aqui, neste veículo de comunicação, já não tem sido uma privação? Essa discussão poderíamos estar travando num barzinho, ou melhor ainda, na sala lá de casa!!!
    Bom, temos que nos adaptar ao mundo tecnológico em que vivemos, não é mesmo?
    E ainda be m que nos adaptamos, porque se não nem por aqui conversaríamos.
    Levanto a seguinte bandeira: Vamos tentar fazer diferença? Vamos tentar resgatar um pouquinho do costume a pouco tempo deixado de lado? Vamos voltar às rodas de amigos com violas e fogueiras? Vamos voltar a fazer serenatas para a amada? Vamos voltar a colocar nossa melhor roupa para visitarmos um parente querido? Vamos dizer a esse parente o quanto ele é querido?
    Vamos?

    Abraço

    Érica Mendonça

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