segunda-feira, 25 de abril de 2011

AS ESCOLHAS DE UMA VIDA

(Martha Medeiros)

A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: "Nós somos a soma das nossas decisões". Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso. Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida". Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. Se é a psicologia que se almeja, pouco tempo sobrará para fazer o curso de odontologia.

Não se pode ter tudo. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades. As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços. Escolha. Morar em Londres ou numa chácara? Ter filhos ou não? Correr de kart ou entrar para um convento? Fumar e beber até cair ou virar vegetariano e budista?

Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas. Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado, viver de poesia e dormir em hotel 5 estrelas. No way. Por isso é tão importante o auto-conhecimento.
            
Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: ninguém é o mesmo para sempre. Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto. Quanto menos a gente errar, melhor.
             
"Fácil é sonhar todas as noites. Difícil é lutar por um sonho. Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata. " Drummond de Andrade"

Cure o passado. Viva o presente. Sonhe o futuro.
          
Um forte abraço,

Samuel Gomes



quarta-feira, 20 de abril de 2011

O SUCESSO É CONSEQUENCIA


 Há alguns anos, nas olimpíadas especiais de Seattle, nove participantes, todos com deficiência mental, alinharam-se para a largada da corrida dos 100 metros rasos.

Ao sinal, todos partiram não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar. Um dos garotos tropeçou no asfalto, caiu e começou a chorar. Os outros oito ouviram o choro, diminuíram o passo e olharam para trás. Então viraram e voltaram.

Todos eles. Uma das meninas, com Síndrome de Down, ajoelhando, deu um beijo no garoto e disse:

- Pronto, agora vai sarar!

E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada.

O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos...

Talvez os atletas fossem deficientes mentais...

Mas com certeza, não eram deficientes espirituais...

Isso porque, lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida, mais do que ganhar sozinho é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir os nossos passos...

Páscoa é um momento para reflexão sobre doação em favor de outros. Que esses atletas e o próprio Cristo nos movam nessa direção, a saber, “melhor é dar do que receber”, quem sabe assim nossos filhos não encontrarão uma sociedade melhor.

Feliz Páscoa!

Um forte abraço.

Samuel Gomes
        
O sucesso é conseqüência.
( Albert Einstein)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O PORCO E O CAVALO

Um fazendeiro colecionava cavalos e só faltava uma determinada raça. Um dia ele descobriu  que seu vizinho tinha este determinado cavalo. Assim, ele atazanou seu vizinho até conseguir comprá-lo. Um mês depois o cavalo adoeceu, e ele chamou o veterinário. 

- Bom, seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este medicamento durante três dias, no terceiro caso ele não esteja  melhor, será necessário sacrificá-lo. 

Neste momento, o porco escutava toda a conversa. 

No dia seguinte deram o medicamento e foram embora. O porco se aproximou do cavalo e disse: 

- Força amigo! Levanta daí, senão você será sacrificado!

No segundo dia, deram o medicamento e foram embora. O porco se aproximou do cavalo e disse: 

- Vamos lá amigão, levanta senão você vai morrer! Vamos lá, eu te ajudo a levantar... Upa! 

No terceiro dia deram o medicamento e o veterinário disse:

           - Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos.

Quando foram embora, o porco se aproximou do cavalo e disse:

- Cara, é agora ou nunca, levanta logo! Coragem! Upa! Upa! Isso, devagar!
- Ótimo, vamos, um, dois, três, legal, legal, agora mais depressa vai...
- Fantástico! Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa!!!
- Você venceu campeão! 

Então, de repente, o dono chegou, viu o cavalo correndo no campo e gritou:

- Milagre! O cavalo melhorou. “Isso merece uma festa...”

- Vamos matar o porco!

Isso acontece com freqüência no ambiente de trabalho. Nem sempre se percebe quem é o funcionário que tem mérito pelo sucesso.

Saber viver sem ser reconhecido é uma arte, afinal, quantas vezes fazemos o papel do porco amigo ou quantos já se levantaram e nem o sabor da gratidão puderam dispor?

Se algum dia alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se:

"Amadores construíram a Arca de Noé e profissionais, o Titanic..."
Procure ser uma pessoa de valor, em vez de apenas ser uma pessoa de sucesso.

Bom fim de semana!

Samuel Gomes

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O BOSQUE


Tempos atrás, tive um vizinho, cujo "hobby" era plantar árvores no enorme quintal de sua casa.  Algumas vezes eu observava de minha janela o seu esforço para plantar árvores e mais árvores todos os dias.

Entretanto, o que mais me chamava a atenção era o fato de que ele jamais regava as mudas que plantava. Notei depois de um tempo que suas árvores estavam demorando
muito para crescer.

Certo dia, decidi aproximar-me dele e lhe perguntei se não tinha receio de que suas árvores não crescessem, pois percebia que ele nunca as regava. Foi então que, com um ar orgulhoso, me descreveu sua fantástica teoria.

Disse-me que se regasse suas plantas, as raízes se acomodariam à superfície e estariam sempre esperando  pela água mais fácil vinda de cima. Como ele não as regava, as árvores demorariam mais para crescer, porque suas raízes tenderiam a aprofundar no solo, em busca da água e das variadas fontes de nutrientes encontradas nas profundezas do solo.

Essa foi a conversa que tive com aquele meu vizinho.  Depois disso, fui viver em outro país, e nunca mais tornei a vê-lo...

Vários anos mais tarde, ao retornar do exterior, fui rever minha antiga residência. Ao aproximar-me, notei um bosque onde antes não havia. Meu antigo vizinho havia realizado seu sonho!

O curioso era que naquele dia havia um vento muito forte e gelado, e todas as árvores das alamedas estavam arqueadas como se não estivessem resistindo ao rigor do inverno. Entretanto, ao aproximar-me do quintal daquele que havia sido meu vizinho, notei como suas árvores estavam firmes, praticamente não se mexiam, resistindo implacavelmente àquela ventania.

 ... Efeito curioso, pensei...

As adversidades por que passaram aquelas árvores, tendo sido privadas da água fácil,
pareciam tê-las beneficiado, como se houvessem recebido o melhor dos tratamentos.

Todas as noites, antes de ir dormir, dou sempre uma olhada em meus filhos, me inclino sobre suas camas e observo como têm crescido.

Frequentemente oro por eles. Na maioria das vezes, peço para que suas vidas sejam facilitadas.

“Deus meu, livre meus filhos de todas as dificuldades e agressões deste mundo”.

Tenho pensado que é hora de substituir meus pensamentos. Essa mudança tem a ver com o fato de que é inevitável que os ventos gelados e fortes alcancem meus filhos. Sei que eles encontrarão inúmeros problemas, e agora me dou conta que minhas orações para que as dificuldades não ocorram, têm sido demasiado ingênuas...

...pois sempre haverá uma tempestade ocorrendo em algum lugar...

E o farei porque, queiramos ou não, a vida não é muito fácil. Ao contrário do que pedia em minhas orações, agora pedirei que meus filhos cresçam com raízes profundas, de tal forma que possam extrair energia das melhores fontes, das mais divinas que se encontram nos lugares mais remotos.

Oramos demasiado para não termos dificuldades, mas seria necessário apenas pedir para desenvolvermos raízes fortes e profundas, de tal maneira que, quando as tempestades cheguem e os ventos gelados soprem, resistamos com valor e não sejamos dominados.

Que Deus te dê raízes profundas!

TEXTO ADAPTADO - Criação original: Mel

segunda-feira, 11 de abril de 2011

DESEJO DE CRIANÇA

         A professora pediu aos alunos que fizessem uma redação e nessa redação o que eles gostariam que Deus fizesse por eles.

         À noite, corrigindo as redações, ela se depara com uma que a deixa muito emocionada. O marido, nesse momento, acaba de entrar, a vê chorando e diz: "O que aconteceu?" Ela respondeu: "leia". Era a redação de um menino.

         “Senhor, esta noite te peço algo especial: transforme-me em um televisor. Quero ocupar o seu lugar. Viver como vive a TV de minha casa. Ter um lugar especial para mim, e reunir minha família ao redor. Ser levado a sério quando falo.
         Quero ser o centro das atenções e ser escutado sem interrupções nem questionamentos.
         Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona. E ter a companhia do meu pai quando ele chega em casa, mesmo que esteja cansado.E que minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de ignorar-me.E ainda que meus irmãos "briguem" para estar comigo.
         Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para passar alguns momentos comigo. E, por fim, que eu possa divertir a todos.
         Senhor, não te peço muito... Só quero viver o que vive qualquer televisor!"
       
         Naquele momento, o marido da professora disse:
        
         "Meu Deus, coitado desse menino. Nossa que coisa esses pais". E ela olha e diz: "Essa redação é do nosso filho".

         Aproveite bem a sua semana. 

        SAMUEL GOMES

sábado, 9 de abril de 2011

PAIS MAUS

         
O texto abaixo foi entregue pelo professor de ética e cidadania da escola Objetivo/Americana, Sr Roberto Candelori, a todos os alunos da sala para que entregassem a seus pais.
 
          A única condição solicitada pelo mesmo foi de que cada aluno ficasse ao lado dos pais até que terminassem a leitura.
 


 
Este texto foi publicado por ocasião da morte estúpida de Tarcila Gusmão e Maria Eduarda Dourado, ambas de 16 anos, em Maracaípe - Porto de Galinhas. Depois de 13 dias desaparecidas, as mães revelaram desconhecer os proprietários da casa onde as filhas tinham ido curtir o fim de semana. A tragédia abalou a opinião pública, e o crime permanece sem resposta.
 
PAIS MAUS
Dr. Carlos Hecktheuer- médico psiquiatra
 
"Um dia, quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva pais e mães, eu hei de dizer-lhes: - Eu os amei o suficiente para ter-lhes perguntado aonde vão, com quem vão, e a que horas regressarão.
- Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio, e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
- Eu os amei o suficiente para fazê-los pagar os doces que tiraram do supermercado, ou revistas, do jornaleiro, e fazê-los dizer ao dono: "Nós tiramos isto ontem, e queríamos pagar".
- Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé, junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
- Eu os amei o suficiente para deixá-los ver, além do amor que eu sentia por vocês, o meu desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
- Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
- Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para lhes dizer NÃO, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em alguns momentos até me odiaram).
Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.
Estou contente, venci... Porque, no final, vocês venceram também! E qualquer dia, quando os meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva pais e mães; quando eles perguntarem se os seus pais eram maus, os meus filhos vão lhes dizer:
"Sim, os nossos pais eram maus. Eram os piores do mundo. As outras crianças comiam doces no café e nós só tínhamos que comer cereais, ovos, torradas. As outras crianças bebiam refrigerantes, comiam batatas fritas e sorvetes no almoço, e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. Nossos pais tinham que saber quem eram os nossos amigos e o que nós fazíamos com eles.
Insistiam em que lhes disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nossos pais insistiam sempre conosco para que lhes disséssemos sempre a verdade, e apenas a verdade.
E, quando éramos adolescentes, eles conseguiam até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata!
Nossos pais não deixavam os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir bater à porta, para que os nossos pais os conhecessem.
Enquanto todos podiam voltar tarde da noite, com 12 anos, tivemos que esperar pelo menos até os 16 para chegar um pouco mais tarde; e aqueles chatos levantavam para saber se a festa foi boa (só para verem como estávamos ao voltar).
Por causa dos nossos pais, nós perdemos imensas experiências na adolescência: nenhum de nós esteve envolvido com drogas, roubo, atos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos por crime algum.
FOI TUDO POR CAUSA DOS NOSSOS PAIS!
Agora, que já somos adultos, honestos e educados estamos fazendo o melhor para sermos PAIS MAUS, como eles foram".
 
EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE:
NÃO HÁ PAIS MAUS O SUFICIENTE!
" Depois do último rio  poluído e da última árvore cortada o homem entenderá que dinheiro não se come."
Cacique Sioux