sexta-feira, 8 de março de 2013

MULHERES


MULHERES

8 de março de 2013

Na mais bela e doce fragilidade

Encontra-se a mais perfeita dualidade

Aquela que faz do sim e do não a sempre encruzilhada do caminhar

Inquestionável versatilidade dos sentidos

 
Que faz tudo parecer possível

Quando enxergam a essência do que fala os olhos da alma

Tocam as sensações das sentidas emoções

Aspiram os cheiros de todas as flores mesmo àquelas que brotam em lugares inóspitos
 

Fazem da solidão o abrigo perfeito e no silêncio ouvem as vozes amadas

Não bastasse tantos sentidos há a beleza da intuição, o sexto mais certo sentido

Onde alimentam o sonho que imaginam viver daqui a instantes

 
Mesclam o sentir no ir e vir do viver

E sendo assim incendeiam almas gélidas, aquecem os seres cansados, abrigam no seio os filhos queridos

 
E ainda contemplam perplexas os valores vis daqueles que por certo não enxergam sua essência

Apenas as medem nas formas do físico e esquecem das variáveis intangíveis que pousam em seu íntimo

 
No entanto, muito mais que formas e curvas perfeitas

Emergem do nada enquanto lágrimas rolam

E quem sabe sussurram o belo no gemido de prazer

 
Ah! E como se não bastasse a dor que calam na alma,

Renascem das cinzas tantas vezes, que nem mais se conta

São a fonte no verão dos insaciáveis, são folhas descoladas ao vento no outono da vida

A largarem olhares, no horizonte, plenos de sabedoria

 
Ah, mulheres! Aconchego feito lareira no frio

São tantos os ciclos nas estações do tempo e elas tal ponteiros incansáveis aferem os desgastes da vida

 
Mulheres que ondeiam e que ousam demais, no sempre reinventar dos mesmos caminhos

Memória completa dos fatos vividos, resquícios da vida e de todas os seres que carregam dentro de si

 
Mistérios de buscas e prazer na eterna devoção do doar

São acima de tudo almas saqueadas e mutiladas

Que transbordam  repletas de suas próprias crenças soterradas
 

Mas insensatas que são, atraem os opostos arredios

E por fim muitas vezes velhice esquecida, jogadas no paredão da existência,

Quando aparentemente quase nada resta do tudo que são para tantos

 
Brilha a inesgotável sutileza da força que remove montanhas

E eis que a integridade é mulher

 
Na versão mais perfeita do que se considera

Um ser humano realizável...Sim, assim são as mulheres

 
Samuel José Gomes