quarta-feira, 25 de abril de 2012

Bom dia!!!!

Dona "Maria Jiló" é uma senhora de 92 anos, miúda, e tão elegante, que todo dia às 08 da manhã ela já está toda vestida, bem penteada e discretamente maquiada, apesar de sua pouca visão.

E hoje ela se mudou para uma casa de repouso: o marido, com quem ela viveu 70 anos, morreu recentemente, e não havia outra solução.

Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando a atendente veio dizer que seu quarto estava pronto. Enquanto ela manobrava o andador em direção ao elevador, dei uma descrição do seu minúsculo quartinho, inclusive das cortinas floridas que enfeitavam a janela.

Ela me interrompeu com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.

   - Ah, eu adoro essas cortinas...
  
   - Dona "Maria Jiló", a senhora ainda nem viu seu quarto... Espera um pouco...

   - Isto não tem nada a ver, ela respondeu, felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada... Vai depender de como eu preparo minha expectativa.

   -E eu já decidi que vou adorar. É uma decisão que tomo todo dia quando acordo.
Sabe, eu posso passar o dia inteiro na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem.. Ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem.

   - Simples assim?

   - Nem tanto; isto é para quem tem autocontrole e todos podem aprender, e exigiu de mim um certo 'treino' pelos anos afora, mas é bom saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher, em conseqüência, os sentimentos.
Calmamente ela continuou:

   - Cada dia é um presente, e enquanto meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças alegres que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: você só retira aquilo que guardou. Então, meu conselho para você é depositar um monte de alegrias e felicidade na sua Conta de Lembranças. E, aliás, obrigada por este seu depósito no meu Banco de lembranças. Como você vê, eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a vida, sábio é quem a simplifica.

Depois me pediu para anotar:

COMO MANTER-SE JOVEM

1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade,o peso e a altura.
Deixe que os médicos se preocupem com isso.

2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo.
(Lembre-se disto se for um desses depressivos!)

3. Aprenda sempre:
Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso.
'Uma mente preguiçosa é a oficina do Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer!

4. Aprecie mais as pequenas coisas - Aprecie mais.

5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar.
E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele /ela!

6. Quando as lágrimas aparecerem

Aguente, sofra e ultrapasse.

A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios.

VIVA enquanto estiver vivo.

7. Rodeie-se das coisas que ama:

Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja.

O seu lar é o seu refúgio. Não o descarte..

8. Tome cuidado com a sua saúde:

Se é boa, mantenha-a.

Se é instável, melhore-a.

Se não consegue melhora-la , procure ajuda.

9. Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente, mas NÃO para onde haja culpa.

10. Diga às pessoas que as ama e que ama a cada oportunidade de estar com elas.

E, se não mandar isto a pelo menos quatro pessoas - quem é que se importa?

Serão apenas menos quatro pessoas que deixarão de sorrir ao ver uma mensagem sua.

Mas se puder, pelo menos, partilhe com alguém!

"Um dia você aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida."

Este texto é contribuição de minha amiga Cristina Zopellar. Perguntei sobre a autoria para que registrassemos os créditos, ela me pediu que os créditos fossem dados a todas "Dona Maria Jiló" que muito nos acrescentam com esse MANÁ DA SEMANA.

Um forte abraço.

Samuel Gomes

quinta-feira, 12 de abril de 2012

A AUTO-ESTIMA DE NOSSOS FILHOS

Uma semana depois de minha esposa e eu  decidirmos começar uma família, entramos numa  livraria e compramos dois livros sobre como educar filhos. Por uma série de razões os dois filhos só nasceram seis anos depois e acabamos lendo não dois, mas 36 livros.
Se dependesse de teoria, estávamos preparados. Hoje eles estão crescidos e um amigo me perguntou que livros nós havíamos utilizado mais. Foi uma boa pergunta que demorei a responder. Usamos um livro só, um que educava mais os pais do que os filhos. Intitula-se 'A Auto-estima do seu filho' de Dorothy Briggs, e o título já diz tudo.
A tese do livro é como agir para nunca reduzir a auto-estima do seu filho: elogiá-lo freqüentemente , ouvir sempre suas pequenas conquistas, festejar as suas pequenas vitórias, nunca mentir ou exagerar neste intento, em suma mostrar a seus filhos seu verdadeiro valor. Ao contrário do que defendem os demais livros, não é uma boa educação, nem disciplina, nem muito amor e carinho, ou uma família bem estruturada que determinam o sucesso de nossos filhos, embora tudo isto ajude.
A sacada mais importante do livro, no nosso entender, foi a constatação que filhos já nascem com uma elevada auto-estima, e que são os pais que irão sistematicamente arruiná-la com frases como: 'Seu imbecil!', 'Será que você nunca aprende?', 'Você ficou surda?'. Jean Jacques Rousseau errou quando disse que "o homem nasce bom, mas é a sociedade que o corrompe". São os próprios pais que se encarregam de fazer o estrago.
Por exemplo: você, pai ou mãe, chega do trabalho e encontra seu filho pendurado na cadeira: 'Desça já seu idiota, vai torcer o seu pescoço'. Para Dorothy, a resposta politicamente correta seria 'Desça já, mamãe tem medo que você possa se machucar'. Primeiro porque seu filho não é um idiota, ele assume riscos calculados. Segundo são os pais, com suas neuroses de segurança, que têm medo de cadeiras.
Quando nossos dois filhos começaram a aprender a pular, entre três e quatro anos de idade, desafiava-os para um campeonato de salto a distância. Depois de algumas rodadas, seguindo a filosofia do livro, deixava-os ganhar. Ficavam muito felizes, mas qual não foi a minha surpresa quando na sétima ou oitava rodada, eles começavam a me dar uma colher de chá, deixando que eu ganhasse. Que lição de cidadania: criança com boa auto-estima não é egoísta e se torna solidária.
Eu não tenho a menor dúvida de que os problemas que temos no Brasil em termos de ganância empresarial, ânsia em ficar rico a qualquer custo que leva à corrupção, advêm de um pai ou uma mãe que nunca se preocuparam com a auto-estima de seus filhos.
Eu acho que políticos, professores e intelectuais, na maioria desesperados em se autopromover, jamais darão dar oportunidades para outros vencerem, como até crianças de três anos são capazes de fazer. A fogueira das vaidades só atinge os inseguros com baixa auto-estima.
Alguns pais fazem questão até de vencer seus filhos nos esportes para acostumá-los às agruras da vida, como se a vida já não destruísse a nossa auto-estima o suficiente.
A teoria é simples, mas a prática é complicada. Uma frase desastrada pode arruinar o efeito de 50 elogios bem dados. 'Meu marido queria que o segundo fosse um menino, mas veio uma menina'. Imaginem o efeito desta frase na auto-estima da filha. Portanto, quanto mais cedo consolidar a auto-estima melhor.
Esta tese, porém, tem seus inconvenientes. Agora que meus filhos são muito mais espertos, inteligentes e observadores do que eu, tenho que ouvir frases como: 'É isto aí Pai', 'Faremos do seu jeito, pai', tentativas bem-intencionadas de restaurar a minha abalada auto-estima.
Stephen Kanitz é pai e também administrador de empresas
Publicado na Revista Veja edição 1 650 de 3 de maio de 2000
Informações sobre o livro mencionado no artigo:
A auto-estima do seu filho
BRIGGS, Dorothy Corkille
MARTINS FONTES
Centro de Pesquisas René Rachou/CPqRR - A FIOCRUZ em Minas Gerais.
Rene Rachou Research Center/CPqRR - The Oswaldo Cruz Foundation in the State of Minas Gerais-Brazil.
www.cpqrr.fiocruz.br
 Centro de Pesquisas René Rachou/CPqRR -- A Fiocruz em Minas Gerais.
Rene Rachou Research Center/CPqRR -- The Oswaldo Cruz Foundation in the State of Minas Gerais, Brazil.
www.cpqrr.fiocruz.br
Centro de Pesquisas René Rachou/CPqRR -- A Fiocruz em Minas Gerais.
Rene Rachou Research Center/CPqRR -- The Oswaldo Cruz Foundation in the State of Minas Gerais, Brazil.
www.cpqrr.fiocruz.br

quarta-feira, 4 de abril de 2012

MÃE OU PAI (desnecessários)


Tive ao longo de mais de 12 anos o privilégio de acompanhar, junto com minha esposa, adolescentes de nossa comunidade Metodista em nível local, regional e nacional. Nosso trabalho se firmava em aproximação e relacionamento com eles de forma a ajuda-los e a suas famílias na prevenção, proteção e orientação diante dos conflitos dessa faixa etária de tantas “mutações” e isso incluiu meus dois filhos, André e Priscilla, motivo maior de minha vida.
Sempre tratamos esses nossos adolescentes com a estratégia de tentar conduzi-los até onde desejavam chegar, mas em segurança. Isso implicava em dar algumas voltas, pegar alguns atalhos, acampar com eles em algumas colinas da vida, entrar em algumas cavernas para com eles se esconder de algo que os assustava, passar por caminhos sinuosos, como é cansativo e muitas vezes penoso.
Isso porque o adolescente na sua caminhada rumo ao seu objetivo, um simples coelho, um som diferente, um brilho mais reluzente no olhar de alguém o atrai e desvia, ainda que temporariamente de seus alvos.
Nosso pensamento sempre foi o de fazer o papel de “guard rail”, de maneira que na velocidade que esses pimpolhos imprimem em sua caminhada e as curvas e terrenos acidentados que alguns querem trilhar, é imprescindível que a sua estrada tenha dispositivos de orientação e segurança que os impeça de capotar ou cair em algum abismo.
Mas sempre acreditamos que aqueles meninos  e meninas, inclusive nossas joias André e Priscilla, chegariam um dia a possuir habilidade e confiança para conduzir o veículo de suas vidas por si mesmos e em segurança, observando as placas, as faixas delimitadoras de pista, a posição dos “guard rail” deixados por nós ao longo da caminhada com eles e se desviariam menos de seus caminhos seguros por coisas nem sempre importantes para suas vidas.
Vê-los assim independentes, andando pelos seus caminhos e sozinhos, sempre nos deixa um pontinha de angustia, um misto de perda e preocupação pela sua segurança, porque para nós sempre serão nossas crianças.
No meu caso, vivi isso agora quando vi de repente meu primogênito André aos vinte e cinco anos morando sozinho para concluir seus estudos universitários em medicina. Como foi conflituoso, como foi trabalhoso ser menos possessivo, ser mais compreensivo e entender que a boa educação, que os valores cristãos a ele apresentados na sua infância e adolescência, hoje são fundamentos, bases sólidas e seguras para que siga sua vida por caminhos mais estáveis e sem o “guard rail” de seus pais. Não somos mais “necessários”, mas isso não quer dizer que não somos amados ou deixamos de ama-lo.
Ontem recebi de minha sobrinha que carinhosamente chamamos de “Fofa”, um texto que dá o tíitulo a esse nosso MANA DA SEMANA. Ele fala um pouco disso. Há um tempo que nos tornamos “desnecessários”, leia o texto a seguir, mas infelizmente não temos a autoria identificada:
“A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo.
Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou estranha.
Até agora. Agora, quando minha filha de quase 18 anos começa a dar vôos-solo.
Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos.
Uma batalha hercúlea, confesso.
Quando começo a esmorecer na luta para controlar a supermãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara.
Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.
Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso.
Ser “desnecessária” é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também.
A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical.
A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho.
Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida.
Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo.
O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.
Pai e mãe - solidários - criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão.
Ao aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar.
Dê a quem você ama:
Asas para voar...
Raízes para voltar...
Motivos para ficar..."
É isso, nesse desafio da vida ao lidarmos com nossos filhos na idade da adolescência é preciso amar, cuidar e agir.
Sempre acreditei que a família é a principal obra de Deus. Que Ele nos conceda sempre sua Graça, sabedoria e força para não desistirmos de nossos filhos e filhas.
Com carinho
Samuel Gomes