Existe uma tendência de se atribuir a determinadas funções de trabalho, a
do serviço publico, por exemplo, como tranquilas, sem possibilidade de stress.
Se assim fosse, diríamos que essas funções são o campo da experimentação da
tese de Domênico de Masi que afirma ser o “Ócio Criativo”.
“O Ócio
Criativo é título de um texto do cientista e sociólogo italiano Domênico
De Masi e é também um revolucionário conceito de trabalho que o sociólogo
define através da interseção entre três elementos: Vendas, faculdade e
raciocínio lógico”. (Wikipédia).
Porém, acredito que não exista profissão no tempo moderno que não traga em
seu exercício algum tipo de stress.
Após uma semana de intensa atividade e consequentemente uma significativa carga
de stress, fui passar algumas horas na roça. Não fui pescar, apenas ficar um
tempo desfrutando do ócio e confesso, sem nenhuma intenção de criar algo.
Ao amanhecer, observando algumas coisas por fazer, resolvi iniciar a limpeza de uma
área que a muito procurava alguém para contratar e limpa-la.
Após alguns minutos de esforço e serviço percebi que aquela área poderia
estar limpa a mais tempo, fruto de meu esforço e trabalho. Tenho de admitir que
não iniciei aquele serviço por outra razão a não ser descarregar o alto nível
de stress do trabalho da semana, mas o que importa é que a tarefa que me propuz
foi concretizada.
Durante o serviço, que afirmo foi árduo e penoso, comecei a refletir sobre aquilo
que denominei de “stress produtivo”, comparado ao “ócio criativo”, senão, vejamos.
“Segundo
Edson Zogbi a palavra criatividade
vive cercada de significados, alguns pertinentes, como “ideias inovadoras”,
“expressão artística”, “algo inédito”, “uma informação diferente” (que não
tínhamos), “uma solução de um problema” (até então insolúvel), ou “um processo
novo para se atingir um objetivo”. Outros significados são mesmo impertinentes,
e como sugere o termo, nos incomodam, deixam-nos desconfortáveis, como “uma
viagem com falta de contato com a realidade”, “coisas descomprometidas, até
irresponsáveis”, “elucubrações de gente maluca”, “fuga (intencional ou não) da
realidade”, “perda de tempo com coisas que não servem para nada”, e assim vai a
lista...” (Wikipédia).
“A
produtividade é basicamente definida como a relação entre a produção e
os factores de produção utilizados. A produção é definida como os bens produzidos
(quantidade de produtos produzidos). Os factores de produção são definidos como
sejam pessoas, máquinas, materiais e outros. Quanto maior for à relação entre a
quantidade produzida por factores utilizados maior é a produtividade...”
(Wikipédia).
Nada contra o ócio criativo e sua subjetividade, mas hoje pude experimentar
uma nova tese que espero, provoque em nós e principalmente nos gestores de pessoas, uma reflexão sobre
como aproveitar positivamente os níveis de stress daqueles que estejam sob sua
tutela de comando.
Saibam que durante esse trabalho diverso ao da minha atividade profissional
regular, pude ver que o “mal do século” pode ser usado de forma a romper com
paradigmas pessoais, visões míopes de nossa própria capacidade de sobressair a
determinadas situacões, ou seja, percebermos que, apesar de estarmos no limite
de nossa capacidade física, mental ou emocional, é possível perceber que ainda
há muito de nós que pode ser usado positivamente, e melhor, podemos dizer para
nós mesmos que a forma de contradizermos a subjetividade de nossos pensamentos,
é produzirmos algo novo, concreto, mensurável, palpável.
Na reflexão e experimento do “stress produtivo”, este se mostrou superior
ao “ócio criativo”, pois, além da concretude do trabalho que pode ser
visualizado inclusive na foto anexada, durante o serviço pude construir as
ideias “criativas”, que ora compartilho com vocês.
Se você alinha seu pensamento a essa tese, informo que lá na roça ainda
tenho muitos ambientes para lhe oferecer como campo experimental de seu “stress
produtivo” e espero poder fotografar a concretude de sua experiência e ver como
aquele espaço se tornou mais propicio ao meu “ócio”...
Um grande abraço,
Samuel Gomes