terça-feira, 31 de maio de 2011

A VELHA RABUGENTA

Que  vêem amigas? Que vêem ? Que  pensam quando me olham?
Uma velha rabugenta não muito inteligente de hábitos incertos, com seus olhos sonhadores fixos ao longe?
A velha que cospe comida que não responde  ao tentar ser convencida...
“De, fazer um pequeno esforço?"
A velha, que vocês acreditam que não se dá conta   das coisas que vocês fazem e que continuamente perde a sua escova ou o sapato ?
A velha, que contra sua vontade, mas humildemente lhes permite a fazer o que queiram, que me banhem e me alimentem só para o dia passar mais depressa....
É isso que vocês acham? É isso que vocês vêem? Se assim for, abram os olhos, amigas, porque
isso que vocês vêem  não sou eu!
Vou lhes dizer quem sou, quando estou sentada aqui,  tão tranquila como me ordenaram...  
Sou uma menina de 10 anos, que tem pai e mãe, irmãos e irmãs que se amam.
Sou uma jovenzinha de 16 anos. Com asas nos pés, e que sonha encontrar seu amado.
Sou uma noiva aos 20, que o coração salta nas lembranças, quando fiz a promessa que me uniu até o fim de meus dias com o AMOR de minha vida.
Sou ainda uma moça com 25 anos, que tem seus filhos, que precisam que eu os guie...
Tenho um lugar seguro e feliz !
Sou a mulher com 30 anos.
Onde os filhos crescem rápido, e estamos unidos com laços que deveriam durar para sempre...
Quando tenho 40 anos meus filhos já cresceram e não estão em casa...
Mas ao meu lado está meu marido que me acalenta quando estou triste.
Aos cinquenta, mais uma vez comigo deixam os bebês, meus netos, e de novo tenho a alegria das crianças, meus entes queridos junto a  mim  aos 60 anos, sobre mim nuvens escuras aparecem, meu marido está morto; e quando olho meu futuro me arrepio toda de  terror.
Os meus filhos se foram, e agora tem os  seus próprios filhos... então penso em tudo o que aconteceu e no  amor que conheci.
Agora sou uma velha.
Que cruel é a natureza....
A velhice é uma piada que transforma um ser humano em um alienado.
O corpo murcha os atrativos e a força desaparecem ali, onde uma vez teve um coração agora há uma pedra.
No entanto, nestas ruínas, a menina de 16 anos ainda está viva. E o meu coração cansado, ainda está repleto de sentimentos
Vivos e conhecidos recordo os dias felizes e tristes em meus pensamentos volto a amar e a viver o meu passado.
Penso em todos esses anos que foram, ao mesmo tempo poucos mas que passaram muito rápido,
E aceito o inevitável.. que nada pode durar para sempre... por isso, abram seus olhos e vejam diante de vocês não está uma velha mal-humorada
Diante de vocês estou apenas “EU...”
Uma menina, mulher e senhora
Viva...!! E com todos os sentimentos de uma vida...
Lembrem deste poema da próxima vez que se encontrar com uma pessoa idosa mal-humorada
e não a rejeitem, sem olhar primeiro a sua Alma Jovem…
Você…. vai estar algum dia em seu lugar…

sábado, 28 de maio de 2011

PESSOAS... FOLHAS DE NOSSA VIDA.


“Saudade é melhor do que caminhar vazio”.
Peninha – cantor e compositor

A muitas delas chamamos de amigo e há muitos tipos de amigos. Uma metáfora ideal talvez seja uma árvore onde cada folha caracterize um deles.
A primeira que nasce do broto é o amigo pai e a amiga mãe. Esses nos mostram o que é ter vida.
Depois vem o amigo irmão e irmã, com quem dividimos o nosso espaço para que ele floresça como nós. Passamos a conhecer toda a família de folhas, a qual respeitamos e desejamos o bem.
Mas a vida nos apresenta outros amigos, os quais não sabíamos que iam cruzar o nosso caminho.
Muitos desses denominamos amigos do peito, do coração. São sinceros, são verdadeiros. Costumam até saber que nos faz feliz...
Às vezes, um desses amigos do peito estala o nosso coração e então e chamado de amigo namorado. Esse dá brilho aos nossos olhos, música aos nossos lábios, pulos aos nossos pés.
Mas também há aqueles amigos por um tempo, talvez umas férias ou mesmo um dia ou uma hora. Esses costumam colocar muitos sorrisos na nossa face, durante o tempo que estamos por perto.
Falando em perto, não podemos esquecer dos amigos distantes. Como a vida é nesse momento para nós uma árvore frondosa, tem aqueles que ficam nas pontas dos galhos, mas que quando o vento sopra, sempre aparecem novamente entre uma folha e outra.
O tempo passa, algumas folhas nascem num outro verão e outras permanecem por muitas estações.
Mas o verão se vai, o outono se aproxima, e perdemos algumas de nossas folhas... Fredinho é uma dessas folhas que no outono de 2005 caiu aos pés da árvore de nossa vida.
Mas uma coisa que nos deixa mais feliz é que, as folhas que como ele caíram, continuam por perto, continuam alimentando nossa raiz com alegria.
Alegria da lembranças dos momentos maravilhosos de quando ainda pequenas folhas ao sabor do vento balançavam com graciosidade, cheias de viço e vida fazendo parte do tronco de nossa árvore.
Fredinho é uma dessas folhas... sim é folha da nossa arvore... hoje e sempre ...
Simplesmente porque cada pessoa que passa em nossa vida é única.
Sempre deixa um pouco de si, e como essa linda folha deixou... mas leva um pouco de nós.
Há os que levam muito, mas não há os que não deixaram nada. E o Fredinho deixou muito...
NOSSO GAROTO, OBRIGADO POR PERMANECER AOS PÉS DA ÁRVORE DE NOSSA FAMÍLIA NOS ALIMENTANDO COM SUA ALEGRIA.

ETERNA LEMBRANÇA DE TUDO QUE VOCÊ DEIXOU...

Seu tio saudoso

Samuel Gomes

quarta-feira, 25 de maio de 2011

EU QUERO VOLTAR A CONFIAR!


"Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor.” Johann Goethe

Fui criado com princípios morais comuns:
Quando eu era pequeno, mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades dignas de respeito e consideração.
Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afeto.
Inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades…
Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das crianças da nossa rua, do bairro, ou da cidade…
Tínhamos medo apenas do escuro, dos sapos, dos filmes de terror…
Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo que perdemos.
Por tudo o que meus filhos e netos um dia enfrentarão.
Pelo medo no olhar das crianças, dos jovens, dos velhos e dos adultos.
Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos.
Não levar vantagem em tudo significa ser idiota.
Pagar dívidas em dia é ser tonto…
Anistia para corruptos e sonegadores…
O que aconteceu conosco?
Professores maltratados em salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas.
Que valores são esses?
Automóveis que valem mais que abraços,
Filhas querendo uma cirurgia como presente por passar de ano.
Celulares nas mochilas de crianças.
O que vais querer em troca de um abraço?
A diversão vale mais que um diploma.
Uma tela gigante vale mais que uma boa conversa.
Mais vale uma maquiagem que um sorvete em família servido à mesa em frente a uma praça.
Mais vale parecer do que ser…
Quando foi que tudo desapareceu ou se tornou ridículo?
Quero arrancar as grades da minha janela para poder tocar as flores!
Quero me assentar na varanda
Quero dormir com a porta aberta nas noites de verão!
Quero a honestidade como motivo de orgulho.
Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olhar olho-no-olho.
Quero a vergonha na cara e a solidariedade.
Quero a esperança, a alegria, a confiança!
Quero calar a boca de quem diz: “temos que estar ao nível de…”, ao falar de uma pessoa.
Abaixo o  “TER”, viva o “SER”
E viva o retorno da verdadeira vida, simples como a chuva, limpa como o céu de primavera, leve como a brisa da manhã!
E definitivamente bela, como cada amanhecer.
Quero ter de volta o meu mundo simples e comum.
Mundo onde existam amor, solidariedade e fraternidade como bases. 
A indignação diante da falta de ética, de moral, de respeito...
Vamos voltar a ser “gente”
Construir um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas.
Utopia?
   Quem sabe?...
       Precisamos tentar…
Nossos filhos merecem e nossos netos certamente nos agradecerão!
Ainda que isso seja utopia ou sonho na perspectiva dos valores da sociedade moderna, acredito que podemos ser o contraponto de muitas coisas.
Você que me lê e acredita nesse sonho...
Vejo-te como uma das raras exceções e te convido a permanecermos nessa posição, ainda que penoso e quem sabe nos custe criarmos um tão famigerado grupo de “auto ajuda”.
Porém, o Zezinho, o Manuelzinho, a Mariinha, a Rutinha, a Joaninha...
Mas principalmente a Priscilla, o André, a Lara, a Júlia, o Bruno, a Eduarda, a Ketlhelein, o Arthur, a Rafaela, o Daniel, o Felipe, o João Pedro, o Gabriel, o Pedro, o Neto, a Letícia, o Gustavo, o Bernardo, o Pablo, a Thais, o Paulo Henrique, a Ana Laura, o João Paulo e tantos outros anônimos, poderão ser um pouco mais felizes e nos agradecerão.
Um beijo carinhoso...
Samuel Gomes

domingo, 15 de maio de 2011

DEUS FALA CONOSCO

Um homem sussurou:
“Deus, fale comigo!”.
E um rouxinol começou a cantar, mas o homem não ouviu.
Então o homem repetiu:
“Deus, fale comigo!”.
E um trovão ecoou nos céus, mas o homem foi incapaz de ouvir.
O homem olhou em volta e disse:
“Deus, deixe-me vêlo!”.
E uma estrela birlhou no céu, mas o homem não a notou.
Então desesperadamente o homem começou a gritar:
“Deus, mostra-me um milagre!”.
E uma criança nasceu, mas nem o seu choro fez o homem sentir o pulsar da vida.
O homem então começou a chorar e em desespero disse:
“Deus, toque-me e deixe-me sentir que Você está aqui comigo...”.
E uma linda e graciosa borboleta pousou suavemente em seu ombro, mas o homem espantou a borboleta com sua mão.
Desiludido, o homem continuou o seu caminho... triste, sozinho e com medo.
Até quando teremos de sofrer para no sofrimento compreendermos que Deus está sempre onde está a vida?
Até quando manteremos nossos olhos e nossos corações fechados para o milagre da vida que se apresenta diante de nós em todos os momentos?
(Prece indígena – tradução e adaptação do livro By San Etioy)

Neste dia, um grande abraço com sabor de ... VIDA!!!

Samuel Gomes

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O Verdadeiro Significado da Palavra TREM

Nós mineiros de Minas Gerais, somos pura cultura!
Interessante que o assunto mineirês veio à tona logo no dia em que alguns transtornos foram causados pelo seu desconhecimento por parte de alguns jornalistas, que escreveram a seguinte manchete: - ' Trens batem de frente em Minas.'
Os mineiros, obviamente, não deram a devida importância, já que para eles isto quer dizer apenas que duas coisas bateram. Poderia ter sido dois carros, um carro e uma moto, uma carroça e um carro de boi; ou até mesmo um choque entre uma mala de viagem e a mesa de jantar.
Movido pela curiosidade, resolvi então consultar o Aurélio. E vejam o que diz:
trem [Do francês/inglês. train.] Substantivo masculino.
1 Conjunto de objetos que formam a bagagem de um viajante. 2. Comitiva, séquito. 3. Mobiliário duma casa. 4. Conjunto de objetos apropriados para certos serviços... 5. Carruagem, sege. 6. Vestuário, traje, trajo. 7.Mar. G. Bras. Grupamento de navios auxiliares destinados aos serviços (reparos, abastecimento, etc.) de uma esquadra. 8.Bras. Comboio ferroviário; trem de ferro. 9.Bras. Bateria de cozinha. 10.Bras. MG C.O. Pop. Qualquer objeto ou coisa; coisa, negócio, treco, troço: 'ensopando o arroz e busando da pimenta, trem especial, apanhado ali mesmo, na horta.' (Humberto Crispim Borges, Cacho de Tucum, p. 186). 11.Bras. MG S. Fam. Indivíduo sem préstimo, ou de mau caráter; traste.
Vejam que o sentido de comboio ferroviário é apenas o 8º, e ainda é considerado um brasileirismo.
Comentei o fato com um amigo especialista em etimologia, que me esclareceu a questão: o comboio ferroviário recebeu o nome de trem justamente porque trazia, porque transportava, os trens das pessoas. Vale lembrar que nessa época o Brasil possuía uma malha ferroviária com relativa capilaridade e o transporte ferroviário era o mais importante. Assim, era natural que as pessoas fizessem essa associação.
Moral da estória:
O mineiro é, antes de tudo, um erudito. Além de erudito, ainda é humilde e aceita que o pessoal dos outros estados tripudie da forma como usa a palavra trem. Na verdade, acho que isso faz parte do 'espírito cristão do mineiro'. Ele escuta as gozações e pensa: que sejam perdoados, pois não sabem o que dizem. 
O autor? Uai! Deve ser um bom e matreiro mineirinho...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

NOSSAS ESCOLHAS

“Luis” é o tipo de cara que você gostaria de conhecer.
Ele estava sempre de bom humor e sempre tinha algo de positivo para dizer.
Se alguém lhe perguntasse como ele estava, a resposta seria logo:
"Ah.. Se melhorar, estraga".
Ele era um gerente especial em um restaurante, pois seus garçons o seguiam de restaurante em restaurante apenas pelas suas atitudes.
Ele era um motivador nato.
Se um colaborador estava tendo um dia ruim, Luis estava sempre dizendo como ver o lado positivo da situação.
Fiquei tão curioso com seu estilo de vida que um dia lhe perguntei:
"Você não pode ser uma pessoa positiva todo o tempo, como faz isso" ?
Ele me respondeu:
"A cada manhã, ao acordar, digo para mim mesmo":
"Luis, você tem duas escolhas hoje: Pode ficar de bom humor ou de mau humor. Eu escolho ficar de bom humor".
Cada vez que algo ruim acontece, posso escolher bancar a vítima ou aprender alguma coisa com o ocorrido.
Eu escolho aprender algo.
Toda vez que alguém reclamar, posso escolher aceitar a reclamação ou mostrar o lado positivo da vida.
                    "Certo, mas não é fácil" - argumentei.
"É fácil sim" -  disse-me Luis.
A vida é feita de escolhas. Quando você examina a fundo, toda situação sempre oferece escolha.
Você escolhe como reagir às situações. Você escolhe como as pessoas afetarão o seu humor.
É sua a escolha de como viver sua vida.
Eu pensei sobre o que o Luis disse e sempre lembrava dele quando fazia uma escolha.
Anos mais tarde, soube que Luis um dia cometera um erro, deixando a porta de serviço aberta pela manhã. Foi rendido por assaltantes.
Dominado, e enquanto tentava abrir o cofre, sua mão tremendo pelo nervosismo, desfez a combinação do segredo.
Os ladrões entraram em pânico e atiraram nele. Por sorte foi encontrado a tempo de ser socorrido e levado para um hospital..
Depois de 18 horas de cirurgia e semanas de tratamento intensivo, teve alta ainda com fragmentos de balas alojadas em seu corpo.
Encontrei Luis mais ou menos por acaso.
Quando lhe perguntei como estava, respondeu:
"Se melhorar, estraga".
Contou-me o que havia acontecido perguntando:
"Quer ver minhas cicatrizes"?
Recusei ver seus ferimentos, mas perguntei-lhe o que havia passado em sua mente na ocasião do assalto.
              "A primeira coisa que pensei foi que deveria ter trancado a porta de trás" - respondeu.
Então, deitado no chão, ensangüentado, lembrei que tinha duas escolhas:
"Poderia viver ou morrer. Escolhi viver"!
Você não estava com medo? Perguntei.
"Os para-médicos foram ótimos".
" Eles me diziam que tudo ia dar certo e que ia ficar bom".
"Mas quando entrei na sala de emergência e vi a expressão dos médicos e enfermeiras, fiquei apavorado".
Em seus lábios eu lia:
"Esse aí já era".
Decidi então que tinha que fazer algo.
             “O que fez ? Perguntei.”
Bem.. Havia uma enfermeira que fazia muitas perguntas. Perguntou-me se eu era alérgico a alguma coisa.
Eu respondi: "sim".
Todos pararam para ouvir a minha resposta.
Tomei fôlego e gritei; "Sou alérgico a balas"!
Entre risadas lhes disse:
                    "Eu estou escolhendo viver, operem-me como um ser vivo, não como um morto".
Luis sobreviveu graças à persistência dos médicos... mas sua atitude é que os fez agir dessa maneira.
E com isso, aprendi que todos os dias, não importa como eles sejam, temos sempre a opção de viver plenamente.
Afinal de contas,
"ATITUDE É TUDO".
Autor desconhecido

quinta-feira, 5 de maio de 2011

SOLTE A PANELA!

Certa vez, um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento.
A época era de escassez, porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de caçadores.
Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela tirou um panelão de comida.
Quando a panela já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando tudo.
Enquanto abraçava a panela, começou a perceber algo lhe atingindo.
Na verdade, era o calor da panela...
Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a panela encostava.
O urso nunca havia experimentado aquela sensação e, então, interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida.
Começou a urrar muito alto.
E, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra seu imenso corpo.
Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra o seu corpo e mais alto ainda rugia.
Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida, vazia.
O urso tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na panela e, seu imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo.
Quando terminei de ouvir esta história de um mestre, percebi que, em nossa vida, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes.
Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes.
Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero.
Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos.
Às vezes, para que as coisas dêem certo em nossa vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece a solução vai nos dar condições de prosseguir.
Tenhamos a coragem e a visão que o urso não teve.
Tiremos de nosso caminho tudo aquilo que faz queimar o nosso coração.
Solte a panela!