sábado, 14 de julho de 2012

HISTÓRIAS DE MINHA AVÓ - UM DESABAFO.


Por Angelo Vaz

Na fila do supermercado, o homem da caixa diz a uma senhora idosa:

- A senhora deveria trazer os seus próprios sacos para as  compras, uma vez que os sacos de plástico não são amigos  do meio ambiente.

 A senhora pediu desculpas e disse:

- Não havia essa onda verde no meu tempo.

 O empregado respondeu:

- Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. A sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso  meio ambiente!

-Você tem razão.

Responde a senhora idosa! E ela continua.

- A nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava-as de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de as tornar a utilizar, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.

- Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até ao comércio, em vez de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos de caminhar dois quarteirões.

- Mas você tem razão. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Naquele tempo, as fraldas dos bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis.

- Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 2200 Watts. A energia solar e aeólica é que realmente secavam as nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido dos seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

- Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias.

- Naquela época só tínhamos uma televisão ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha um ecrã do tamanho de um lenço, não um ecrã do tamanho de um estádio; que depois será descartado, e como?

- Na cozinha, tínhamos que bater tudo à mão porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para enviar pelo correio, usávamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico com bolhas ou pallets de plástico que duram quinhentos anos para se degradarem.

- Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a relva, era utilizado um cortador de relva que exigia músculos. O exercício era extraordinário e natural, e não precisávamos de ir a um ginásio e usar máquinas para fazer de conta que caminhamos e que também funcionam a eletricidade. Preferíamos caminhar na cidade ou no campo.

- Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas que agora envenenam os oceanos.

- Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas (afiáveis), e agora deitamos fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina deixou de cortar.

- Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o autocarro e os meninos iam de bicicleta ou a pé para a escola, em vez de usar a mãe ou o pai como um serviço de táxi 24 horas.

-Tínhamos apenas uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.

- Então, não é engraçado que a atual geração fale tanto no meio ambiente, mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?


UM FORTE ABRAÇO E DAQUI UNS DIAS TEM MAIS.

Samuel Gomes

Um comentário:

  1. Tantas preocupações, que não tem mais jeito de voltar na época da minha avó, que saudades,do pão de milho, feito da farinha moida no muinho, do leite tirado do curral,do trigo colhido a foice há cuidados que faltaram pro meio ambiente.

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